algumas narrações falam de Bibi Khadija já que teve casamento antes dela contrair com o profeta Mohammad s.a.a.w ?
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Centro Cultural Imam Hussein
4/13/20252 min read
No contexto da teologia xiita duodecimal Jafarita, há divergências entre estudiosos quanto à vida de Bibi Khadija (sa), a esposa primeira do Profeta Muhammad (s.a.a.w), particularmente sobre se ela havia se casado antes de sua união sagrada com o Mensageiro de Allah (s.a.a.w).
A posição predominante entre os sábios xiitas é que Bibi Khadija (sa) nunca havia se casado antes do Profeta Muhammad (s.a.a.w).
Esses estudiosos sustentam que Sayyida Khadija (sa) era uma mulher nobre, recatada, pura e altamente respeitada pela sua linhagem e caráter. Narrativas autênticas (riwayat mu’tabara) provenientes da tradição xiita mencionam que ela rejeitou muitos pretendentes antes do Profeta (s.a.a.w), inclusive homens ricos e influentes de Quraysh. Sua decisão de se casar com o Mensageiro de Allah (s.a.a.w) foi motivada não por status ou riqueza, mas por sua pureza e veracidade.
Bibi Khadija é vista com profunda reverência como um modelo completo para a humanidade, e suas ações são interpretadas à luz de sua missão divina e das circunstâncias sociais e políticas do seu tempo. A questão de suas esposas é abordada com base em discernimento teológico e histórico.
Durante o tempo em que esteve casado com Bibi Khadija (a.s), o Profeta Muhammad (s.a.a.w) não tomou nenhuma outra esposa. Isso ocorreu, como explicado por estudiosos xiitas , por causa do imenso respeito, amor e lealdade que ele tinha por Khadija (a.s), além do papel singular que ela desempenhou como primeira crente na sua missão profética e como sustento moral e material durante os anos de perseguição em Meca.
Após o falecimento de Bibi Khadija (a.s), que coincidiu com o chamado "Ano da Tristeza", e num contexto em que o Profeta (s.a.a.w) enfrentava crescentes desafios comunitários, sociais e políticos, ele contraiu outros casamentos. Segundo a perspectiva xiita, analisada por estudiosos, esses matrimônios não foram movidos por desejo pessoal, mas sim com propósitos maiores — como fortalecer laços tribais, trazer proteção a viúvas e órfãs de mártires das batalhas, dissuadir inimigos por alianças sociais e ensinar normas do comportamento familiar islâmico por meio das esposas como mães dos crentes (Umm al-Mu'minin).
É importante notar que o Islã xiita observa que essas ações foram exceções ligadas à missão do Profeta (s.a.a.w), e não um modelo normativo para todos. A monogamia do Profeta com Khadija (a.s) por 25 anos é vista como o padrão mais elevado de uma relação conjugal pura e centrada em Allah. Os casamentos posteriores, conforme explicado por fonte xiita, foram orientados pela sabedoria e pela necessidade da Ummah, não refletindo uma busca pessoal por prazer.
Assim, a diferença no número de esposas antes e depois de Khadija (a.s) é compreendida por nossos sábios como uma manifestação da sabedoria profética em servir aos desígnios divinos.
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