O cachorro é mencionado no alcorão? Porque é considerado impuro?

O cão é mencionado no Alcorão em uma passagem específica, que narra a história dos Companheiros da Caverna (Ashab al-Kahf). Esse relato está presente na Surah Al-Kahf (A Caverna), versículos 18 a 22. O cão é descrito como um companheiro dos jovens que se refugiaram na caverna para proteger sua fé, e sua presença é mencionada de forma positiva, como parte da história inspiradora.

Aqui está o trecho em que o cão é mencionado:

"E você pensaria que eles estavam acordados, enquanto estavam dormindo. E Nós os virávamos para a direita e para a esquerda, e seu cão estendia as patas dianteiras na entrada. Se você os visse, certamente fugiria deles e se encheria de terror."

(Alcorão Sagrado, 18:18)

Nessa narrativa, o cão é retratado como um guardião leal, que permaneceu na entrada da caverna enquanto os jovens dormiam. Sua presença não é criticada ou considerada negativa; pelo contrário, ele é parte integrante do milagre que Allah operou para proteger aqueles jovens.

É importante destacar que essa menção ao cão no Alcorão não está relacionada à questão de pureza ou impureza, mas sim ao papel que ele desempenhou na história. A classificação do cão como impuro (najis) é baseada em hadiths e na jurisprudência islâmica (Fiqh), e não no texto do Alcorão.

Essa passagem nos lembra da sabedoria e da bondade de Allah, que criou todas as criaturas com um propósito e uma lição para a humanidade. O cão, nesse contexto, é um símbolo de lealdade e proteção.

Que Allahu (SWT) nos guie a compreender Suas mensagens com sabedoria e a respeitar todas as Suas criaturas, buscando sempre o conhecimento e a reflexão.

Na teologia islâmica xiita, a questão da pureza (taharah) e impureza (najisah) é abordada com base nas tradições (hadiths) dos Imames da Ahlul Bayt (que a paz esteja com eles) e nas interpretações dos estudiosos. O cão é considerado najis (impuro) de acordo com a maioria das interpretações xiitas, mas essa classificação não implica que o animal seja malvado ou desprezível. Vamos explorar essa questão de forma clara e equilibrada.

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### 1. A Classificação do Cão como Impuro (Najis):

- A visão xiita sobre a impureza do cão é baseada em hadiths dos Imames (que a paz esteja com eles). Por exemplo, há narrativas que indicam a necessidade de purificação após o contato com a saliva ou o pelo de um cão.

- Essa classificação está relacionada à pureza ritual (taharah) necessária para as práticas religiosas, como a oração (salah). O Islã enfatiza a limpeza e a purificação como parte essencial da adoração.

- No entanto, essa impureza não se estende ao animal como um todo, mas sim a partes específicas que podem afetar a pureza ritual.

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### 2. Respeito e Compaixão pelos Animais:

- Apesar de ser considerado impuro, o cão não deve ser maltratado ou tratado com agressividade. O Islã ensina que todos os animais são criaturas de Allah e merecem respeito e cuidado.

- O Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele e sua família) disse:

"Quem for gentil com as criaturas de Allah, Allah será gentil com ele."

(Hadith autêntico)

- Os Imames da Ahlul Bayt (que a paz esteja com eles) também enfatizaram a importância de tratar os animais com compaixão e justiça.

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### 3. Permissões e Benefícios:

- O cão é permitido em situações específicas, como para guarda, pastoreio, caça ou assistência (por exemplo, cães-guia para deficientes visuais). Nessas situações, o benefício prático justifica sua presença, desde que sejam tomados os cuidados necessários com a higiene e a pureza ritual.

- O Alcorão menciona o cão de forma positiva na história dos Companheiros da Caverna (Ashab al-Kahf), onde ele é retratado como um guardião leal (Surah Al-Kahf, 18:18). Isso mostra que o cão pode desempenhar um papel importante e valorizado.

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### 4. Equilíbrio entre Pureza e Compaixão:

- A impureza do cão é uma questão ritual, não moral. Isso significa que ela afeta as práticas religiosas, mas não diminui o valor do animal como criatura de Allah.

- Os muçulmanos são incentivados a tratar todos os animais com bondade, independentemente de sua classificação de pureza. Isso inclui fornecer alimento, água, abrigo e evitar qualquer forma de crueldade.

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### 5. Reflexão Final:

- A teologia xiita nos ensina a equilibrar as práticas religiosas com o respeito às criaturas de Allah. O cão, embora considerado impuro em termos rituais, não deve ser maltratado ou desprezado.

- O Islã valoriza a compaixão e a justiça, e isso se estende a todos os seres vivos. Como muçulmanos, devemos ser exemplos de bondade e cuidado, mesmo em situações que envolvam questões de pureza.

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Conclusão:

A classificação do cão como impuro na teologia xiita é uma orientação relacionada à pureza ritual, não uma condenação do animal. Devemos tratar os cães e todos os animais com respeito e compaixão, seguindo os ensinamentos do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele e sua família) e dos Imames da Ahlul Bayt (que a paz esteja com eles).

Que Allahu (SWT) nos guie a agir com sabedoria e compaixão, respeitando todas as Suas criaturas e mantendo o equilíbrio entre nossas práticas religiosas e nosso dever de cuidar do mundo ao nosso redor.