O islã na Bósnia e Herzegovina
A Bósnia e Herzegovina é um país de rica diversidade cultural e religiosa. O Islã, introduzido durante a conquista otomana nos séculos XV e XVI, é a religião predominante, com cerca de 52% da população se identificando como muçulmana. Este artigo explora a história do Islã na Bósnia, bem como os eventos trágicos da guerra dos anos 1990, onde muçulmanos foram alvo de massacres.
REVISTA MINARETE 23
Centro Cultural Imam Hussein
8/22/20242 min read
O Islã é a religião mais difundida na Bósnia e Herzegovina. Foi introduzido à população local nos séculos XV e XVI, como resultado da conquista otomana da região. Os muçulmanos formam a maior comunidade religiosa no país, representando cerca de 52% da população1. Os outros dois grupos religiosos significativos são os cristãos ortodoxos orientais (31%), a maioria dos quais se identifica como sérvios, e os católicos romanos (16%), a maioria dos quais se identifica como croatas1.
Até 1993, os muçulmanos bósnios eram oficialmente definidos pelas autoridades iugoslavas como “Muslimani” (muçulmanos) em um sentido étnico-nacional (daí o “M” maiúsculo), independentemente da prática religiosa. No entanto, muitos bósnios de origem muçulmana se identificavam como “iugoslavos” antes dos anos 1990. Além dos bósnios, há uma pequena minoria de muçulmanos não bósnios na Bósnia e Herzegovina, incluindo albaneses, roma e turcos.
Embora tradicionalmente seguidores do Islã sunita da escola de jurisprudência hanafi, uma pesquisa de 2012 revelou que 54% dos muçulmanos da Bósnia e Herzegovina se consideravam apenas “muçulmanos”, enquanto 38% se identificavam como sunitas1. Também existe uma pequena comunidade sufista, principalmente na Bósnia Central, e até mesmo uma pequena comunidade muçulmana xiita.
A Constituição da Bósnia e Herzegovina garante a liberdade religiosa, que é geralmente respeitada em todo o país. A história da Bósnia e Herzegovina está profundamente entrelaçada com o Islã, e essa diversidade religiosa contribui para a rica tapeçaria cultural da região.
A Chegada do Islã
O Islã chegou à Bósnia e Herzegovina com a expansão do Império Otomano. A conversão ao Islã foi gradual e voluntária, resultando em uma sociedade multicultural e multirreligiosa. Os muçulmanos bósnios, conhecidos como “Bosníacos”, formam a maior comunidade religiosa do país.
A Guerra da Bósnia (1992-1995)
Após a dissolução da Iugoslávia, a Bósnia e Herzegovina declarou independência em 1992, levando a um conflito brutal entre bósnios muçulmanos, sérvios e croatas. A guerra foi marcada por atrocidades, incluindo limpeza étnica e genocídio.
O Massacre de Srebrenica
Um dos episódios mais sombrios da guerra foi o massacre de Srebrenica em julho de 1995. Forças sérvias da Bósnia, lideradas pelo comandante Ratko Mladić, invadiram a cidade, que havia sido declarada “zona de segurança” pela ONU. Em poucos dias, mais de 8.000 homens e meninos muçulmanos foram sistematicamente assassinados123. Este massacre é considerado o pior genocídio na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Consequências e Memória
O massacre de Srebrenica deixou cicatrizes profundas na sociedade bósnia. Muitos dos responsáveis foram julgados e condenados por crimes de guerra, incluindo genocídio. A memória das vítimas é honrada anualmente, e o massacre serve como um lembrete sombrio da necessidade de paz e reconciliação.
Conclusão
A história do Islã na Bósnia e Herzegovina é uma história de resiliência e tragédia. A diversidade religiosa do país é uma riqueza cultural, mas os eventos da guerra dos anos 1990 mostram a fragilidade da paz. É crucial lembrar e aprender com o passado para construir um futuro mais harmonioso.
Centro Cultural Imam Hussein - 2024