O Mensageiro de Deus queria escrever um livro para os muçulmanos durante sua doença, para que os muçulmanos pudessem confiar nele, mas eles o impediram de escrever o livro. Me falem quem o impediu? Por que o impediram?

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Centro Cultural Imam Hussein

4/13/20252 min read

a close up of a carving on a wall
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Esses pontos precisam ser analisados com seriedade. Não queremos e não permitimos sectarismo. A análise é histórica, teológica e fundamentada.

Durante a doença final do Mensageiro de Deus (s.a.a.s), há um incidente registrado em fontes confiáveis tanto sunitas quanto xiitas, conhecido como o "Evento da Quinta-feira" (Hadith al-Qirtaas). Nesse episódio, o Profeta pediu materiais de escrita para deixar um testamento que, segundo ele, impediria que a comunidade se desviasse após sua morte. No entanto, algumas pessoas presentes o impediram, dizendo: "O Livro de Deus nos basta". Entre os presentes, Umar ibn al-Khattab é frequentemente mencionado nas fontes como aquele que se opôs diretamente ao pedido do Profeta (s.a.a.s). Umar ibn al-Khattab, que teria dito: "O Profeta está delirando, e o Alcorão nos basta" (Sahih al-Bukhari, Kitab al-‘Ilm).

Do ponto de vista da teologia xiita duodecimal jafarita, como ensinado por estudiosos como o Aiatolá Sayyid Sadiq al-Hussayni al-Shirazi, o Aiatolá Sayyid Ali Husaini Sistani e o Aiatolá Sayyid Ali Khamenei, este evento é visto com muita seriedade. Os estudiosos xiitas entendem que o Profeta (s.a.a.s) pretendia deixar claras as diretrizes de sucessão e liderança legítima após sua morte, possivelmente mencionando explicitamente o Imam Ali (a.s) como seu sucessor, conforme já havia feito em Ghadir Khumm.

A recusa em permitir que o Profeta escrevesse esse testamento é vista como um momento crítico na história islâmica, pois impediu uma orientação direta e inequívoca do Mensageiro de Deus. No entanto, é importante frisar — como ensinam nossos maraje’ (autoridades religiosas) — que o objetivo ao estudar esses eventos não é fomentar o sectarismo ou o ódio entre os muçulmanos, mas sim buscar a verdade com base na razão, na evidência e na justiça.

Como o Aiatolá Sayyid Sistani frequentemente enfatiza, a unidade dos muçulmanos é essencial, e devemos abordar as diferenças históricas com sabedoria, respeito e sem provocar divisão. A crítica histórica não deve ser confundida com hostilidade. O foco deve ser sempre o fortalecimento da Ummah (comunidade islâmica) com base na verdade, no amor ao Ahlul Bayt (a.s) e na busca por justiça.

Que Deus nos guie a todos para o caminho reto.