Relatório de Incidentes de Anti-Xiismo - 2024 (1 º quadrimestre )

O termo "anti-xiismo" significa preconceito ou ódio aos muçulmanos xiitas. O termo foi introduzido pela primeira vez pela Shia Rights Watch em 2011. O ato do antixiismo, no entanto, tem uma longa história.

REVISTA MINARETE 22

Shia Rights Watch - Tradução Observatório Xiita de Direitos Humanos

6/4/202423 min read

group of people in black walking
group of people in black walking

O termo "anti-xiismo" significa preconceito ou ódio aos muçulmanos xiitas.

O termo foi introduzido pela primeira vez pela Shia Rights Watch em 2011. O ato do antixiismo, no entanto, tem uma longa história.

Shia na História

Os xiitas têm uma longa história de enfrentamento à injustiça. Desde a morte do profeta do Islã, o profeta Maomé (que a paz esteja com ele), os xiitas têm enfrentado discriminação porque criticam os califas por atos injustos e violentos. Os xiitas defendiam a não-violência e a igualdade de direitos humanos para todos; os califas, por outro lado, negligenciaram os direitos humanos básicos das pessoas.

O crescimento dessas diferenças ideológicas levou à formação de grupos extremistas anti-xiitas, como as seitas Wahabbi, Salafi e Nasebi. Muitos xiitas perderam sua liberdade, dignidade e vidas ao longo da história nas mãos de tais grupos. Onze dos doze imãs xiitas e seus companheiros foram assassinados por grupos anti-xiitas ou ditadores. Pode-se concluir, portanto, que o anti-xiismo tem sido uma ameaça para os xiitas desde a morte do profeta Muhammad (saas).

Anti-xiismo: um fenômeno crescente

O anti-xiismo está ganhando apoio em muitos lugares, o que é um sério motivo de preocupação. À medida que a ideologia odiosa continua a se espalhar, ela se infiltrou em meios de comunicação e organizações de direitos humanos que continuam a ignorar a situação dos muçulmanos xiitas.

O anti-xiismo e a mídia

O exemplo mais moderno e decepcionante do anti-xiismo pode ser testemunhado na cobertura da mídia, ou na falta dela, do sofrimento xiita. Desde a Primavera Árabe, os xiitas foram ameaçados por extremistas, milhares foram assassinados e feridos, muitas mulheres e crianças xiitas foram presas e torturadas, e locais históricos foram demolidos e profanados.

No entanto, muitos meios de comunicação permanecem em silêncio diante de tais atos desumanos contra os muçulmanos xiitas.

Anti-xiismo e organizações de direitos humanos

Desde o início do levante de 2011 no Oriente Médio, quando o anti-xiismo explodiu no Oriente Médio, a SRW entrou em contato com muitas organizações de direitos humanos para tomar medidas para parar a violência contra os xiitas, no entanto, nenhuma ação séria foi tomada. Como resultado, o número de assassinatos está aumentando a cada dia em países como Arábia Saudita, Bahrein, Síria, Paquistão, Indonésia e Malásia. Os feridos na Síria e no Bahrein não têm acesso a instalações médicas. Mulheres e crianças não têm segurança na Síria. Na Arábia Saudita, os xiitas não podem praticar os seus direitos humanos básicos, como as liberdades de religião, uma vez que são considerados cidadãos de segunda classe sem qualquer liberdade. Na Malásia, os xiitas não têm o direito de praticar ou ensinar sua fé em público. Na Indonésia, os xiitas não têm casas para viver depois que suas casas foram incendiadas por extremistas.

No entanto, muitas organizações de direitos humanos permanecem em silêncio e não se envolvem.

"Anti-xiismo" nos dicionários

Shia Rights Watch, orgulha-se de ser o primeiro a introduzir o "Anti-Shi'ism" como uma nova entrada para dicionários.

A Shia Rights Watch contactou vários dicionários em 2012 e pediu-lhes que adicionassem o anti-xiismo às suas listas de vocabulário. Recentemente, as violações dos direitos xiitas aumentaram em todo o mundo e é muito importante que os dicionários ofereçam a melhor palavra para definir crimes de ódio e discriminação contra muçulmanos xiitas. Os dicionários Urban, Merriam Webster e Collins saudaram a nova terminologia.

Informações completas sobre a nova terminologia podem ser encontradas nos links a seguir.

http://www.urbandictionary.com/define.php?term=Anti-Shi%E2%80%99ism

http://www.collinsdictionary.com/submission/8318/anti-Shi%27ism

http://nws.merriam-webster.com/opendictionary/newword_display_alpha.php?letter=An&last=70

A S.R.W agradece os Dicionários Urban e Merriam Webster por sua rápida resposta e convida todas as organizações de direitos humanos e meios de comunicação a usar o "anti-xiismo" ao relatar violações de direitos humanos contra muçulmanos xiitas.

Violações dos direitos xiitas (Janeiro de 2024)

A Shia Rights Watch divulgou seu relatório mensal, apresentando uma visão geral perturbadora das violações de direitos humanos sofridas pelos muçulmanos xiitas de 1º de janeiro a 1º de fevereiro de 2024. Este relatório detalha uma série de ataques terroristas, prisões arbitrárias e repressão sistêmica em vários países, destacando a necessidade urgente de intervenção internacional para proteger essa comunidade vulnerável. Esta análise investiga os principais incidentes documentados pela Shia Rights Watch, ressaltando a gravidade e a amplitude dessas violações.

Irã: bombardeio devastador em Kerman

O relatório começa com um relato angustiante de um duplo atentado terrorista em Kerman, no Irã, em 3 de janeiro. Este ataque resultou em mais de 100 mortes e 200 feridos, marcando um dos incidentes mais letais dentro do período do relatório. A escala dessa atrocidade ressalta a ameaça persistente enfrentada pelos muçulmanos xiitas em regiões atormentadas pela violência extremista. Este bombardeio não só causou perdas imediatas de vidas e feridos, mas também incutiu um profundo sentimento de medo e insegurança dentro da comunidade xiita no Irã.

Afeganistão: ataques direcionados em Cabul e Herat

No Afeganistão, os muçulmanos xiitas continuam a ser os principais alvos de grupos terroristas. Em 7 de janeiro, um artefato explosivo plantado dentro de um ônibus na área de Dasht-e-Barchi, em Cabul, matou dois e feriu quatorze. Isso foi seguido por outro atentado em 9 de janeiro em Herat, onde uma bomba à beira da estrada atingindo um ônibus de estudantes xiitas matou dois e feriu cinco. Esses ataques, concentrados em áreas povoadas por xiitas, ilustram os esforços calculados de grupos extremistas para perturbar e aterrorizar as comunidades xiitas, particularmente estudantes e civis.

Paquistão: Violência sectária em Mamund

O relatório destaca um ataque brutal na área de Mamund, no norte do Paquistão, em 10 de janeiro. Um artefato explosivo plantado por terroristas matou cinco pessoas e feriu vinte e duas. Este incidente faz parte de um padrão mais amplo de violência sectária no Paquistão, onde os muçulmanos xiitas frequentemente enfrentam ataques direcionados. Os altos números de vítimas deste único ataque destacam o impacto mortal do terrorismo sectário na região.

Bahrein: repressão sistemática e prisões arbitrárias

A seção do relatório do Bahrein revela um padrão preocupante de prisões arbitrárias e repressão contra indivíduos xiitas. A partir de 1º de janeiro, o relatório documenta a prisão do muçulmano Aqeel Habib de Sitra, seguida pela convocação arbitrária de seis idosos para interrogatório. As detenções subsequentes incluem jovens de Bilad Al-Qadeem, menores de Sanabis e Sitra, e outro jovem de Al-Mussalla. Essas prisões refletem um esforço sistemático das autoridades do Bahrein para intimidar e silenciar a população xiita, visando particularmente jovens e líderes comunitários.

Kuwait: planos frustrados de ataques terroristas

No Kuwait, o relatório documenta uma operação de segurança significativa em 25 de janeiro, onde as autoridades prenderam três terroristas que planejavam ataques contra Hussainiyas e mesquitas xiitas. Esta intervenção bem-sucedida destaca a ameaça contínua representada por grupos extremistas no Kuwait e a importância crítica de medidas de segurança proativas para proteger os locais de culto e reuniões xiitas.

Síria: ataques a peregrinos xiitas

O relatório detalha um ataque alarmante contra comboios de peregrinos xiitas na Síria em 28 de janeiro. Grupos extremistas na cidade de Al-Hari, perto da fronteira de Al-Bukamal com o Iraque, atacaram comboios que se dirigiam para o santuário de Sayyida Zainab, resultando em vários feridos e na destruição de vários ônibus. Este ataque sublinha os riscos acrescidos enfrentados pelos peregrinos xiitas em zonas de conflito, onde grupos extremistas exploram a instabilidade para levar a cabo a violência sectária.

Iraque: ameaças persistentes do EI

No Iraque, a ameaça do EI continua significativa, como destacado por vários incidentes. Em 6 de janeiro, o EI atacou a área de Zarka, em Salahuddin, matando dois e ferindo três. Outro atentado em Diyala em 9 de janeiro feriu duas pessoas, e um ataque do EI em Baiji em 14 de janeiro matou três e feriu duas. Esses incidentes refletem o perigo contínuo representado pelo EI, particularmente para as comunidades xiitas nas regiões contestadas do Iraque.

Países em ordem alfabética:

Irã

- 03/01: Mortos e feridos de um atentado em Kerman: Um duplo atentado terrorista em Kerman resultou em mais de 100 mortes e 200 feridos.

Afeganistão

- 07/01: Mortos e feridos em um atentado a ônibus em Cabul: Um artefato explosivo plantado por terroristas dentro de um ônibus na área de Dasht-e-Barchi, no centro de Cabul, matou duas pessoas e feriu outras quatorze.
- 9/1: Mortos e feridos de um atentado em Herat: Um artefato explosivo colocado por terroristas na beira da estrada atingiu um ônibus de passageiros que transportava estudantes xiitas na área de Darb Khush, em Herat, matando dois e ferindo outros cinco.

Paquistão

- 10/1: Mortos e feridos em um atentado no norte do Paquistão: Um artefato explosivo plantado por terroristas na beira da estrada na área de Mamund, no norte do Paquistão, matou cinco pessoas e feriu outras vinte e duas.

Bahrein

- 1/1: Prisão de um jovem de Sitra: As forças de segurança prenderam o jovem muçulmano Aqeel Habib de Sitra depois de convocá-lo para interrogatório arbitrário.
01/02: Intimações arbitrárias de idosos: As forças de segurança convocaram seis idosos para interrogatório arbitrário.
- 6/1: Prisão de um jovem de Bilad Al-Qadeem: As forças de segurança prenderam o jovem Musa Jafar de Bilad Al-Qadeem.
14/1: Prisão de um menor de Sanabis: Forças de segurança prenderam menor Qasim Jamil Al-Sami de Sanabis.
15/1: Prisão de um menor de Sitra: Forças de segurança prenderam menor Jaafar Ali Sanoqor de Sitra.
- 28/1: Prisão de um jovem de Al-Mussalla: As forças de segurança prenderam o jovem Ali Abdul Ali de Al-Mussalla.

Kuaite

- 25/1: Planos frustrados de ataques terroristas: As forças de segurança prenderam três terroristas que planejavam atingir vários hussainiyas xiitas e mesquitas por meio de bombardeios.

Síria

- 28/1: Grupos extremistas atacam comboios de peregrinos xiitas: Grupos extremistas em Al-Hari, uma cidade perto da área de fronteira de Al-Bukamal com o Iraque, atacaram comboios de peregrinos xiitas que se dirigiam ao santuário de Sayyida Zainab, no interior de Damasco, resultando em vários feridos e na destruição de vários ônibus.

Iraque

- 6/1: Mortos e feridos em Salahuddin: O EI atacou a área de Zarka, na província de Salahuddin, matando dois e ferindo outros três.
- 9/1: Ferimentos de um atentado em Diyala: Um artefato explosivo plantado por terroristas na beira da estrada na área de Khan Bani Saad, na província de Diyala, feriu duas pessoas.
- 14/1: Mortes em um ataque do EI em Baiji: Um ataque do EI na área de Baiji, na província de Salahuddin, matou três pessoas e feriu outras duas.

Violações dos direitos xiitas (Fevereiro de 2024)

O último relatório da Shia Rights Watch expõe as duras realidades enfrentadas pelos muçulmanos xiitas em vários países durante o período de 1º de fevereiro a 1º de março de 2024. O relato detalhado destaca uma série perturbadora de violações de direitos humanos, que vão desde assassinatos e atentados direcionados até prisões injustas e repressão sistêmica. Esta análise investiga os principais incidentes documentados no relatório, ressaltando a necessidade urgente de atenção e ação globais.

Paquistão: um caldeirão de violência sectária

No Paquistão, os muçulmanos xiitas são frequentemente apanhados no fogo cruzado da violência sectária. Em 5 de fevereiro, um ataque terrorista em Dera Ismail Khan teve como alvo uma delegacia de polícia em uma área de maioria xiita, resultando na morte de dez pessoas e ferimentos em outras seis, incluindo crianças. Apenas dois dias depois, Quetta testemunhou as terríveis consequências de dois atentados em centros eleitorais, orquestrados pelo EI, que causaram mais de trinta mortes e feriram dezenas de outras. O relatório também destaca o cerco a Parachinar em 20 de fevereiro, onde as forças de segurança prenderam dezenas de moradores que se opunham às demolições e ao desmatamento. Esses incidentes refletem um padrão mais amplo de violência direcionada e discriminação sistêmica contra as comunidades xiitas no Paquistão.

Bahrein: repressão sistêmica e injustiça

A população xiita do Bahrein continua a sofrer severa repressão e injustiças judiciais. Em 5 de fevereiro, as forças de segurança prenderam os menores Mahmoud Abdul Ali e Sadiq Habib de Sitra, seguidos pelas prisões de Abdullah Ali e Mohammed Jalal de Al-Eker em 6 de fevereiro. Essas prisões fazem parte de uma repressão mais ampla contra os jovens xiitas, com vários menores e jovens detidos em várias cidades, incluindo Karrana, Sanabis e Al-Daih. O relatório também destaca a repressão brutal de uma marcha pacífica em Al-Daih em 14 de fevereiro, seguida de prisões generalizadas. Além disso, a morte do detento Hussain Khalil Al-Ramram em 24 de fevereiro, devido à negação de tratamento médico, ressalta a grave negligência e abuso enfrentados pelos prisioneiros xiitas na famosa prisão de Jaw, no Bahrein. Essas ações ilustram os esforços sistemáticos para silenciar a dissidência xiita e manter o controle sectário.

Arábia Saudita: um regime repressivo

Na Arábia Saudita, a repressão às vozes xiitas é severa e sistêmica. Em 1º de fevereiro, as forças de segurança executaram Hajj Aoun Abu Abdullah de Al-Awamiyah após mais de quatro anos de prisão. Essa execução faz parte de um padrão mais amplo de duras medidas punitivas contra ativistas e intelectuais xiitas. Em 7 de fevereiro, dez jovens de Qatif foram presos por cantar durante uma partida de futebol que coincidiu com feriados religiosos xiitas. A condenação à morte de Hassan Salman Al-Qabbat e Mohammed Maki Shamlani pelo Tribunal Penal Especializado em 8 de fevereiro ressalta ainda mais as medidas punitivas extremas empregadas contra a comunidade xiita. Além disso, a decisão do Ministério do Esporte de dissolver o conselho de administração do Safwa Club, impor multas pesadas e proibir os torcedores de assistir às partidas devido a cânticos religiosos destaca a natureza generalizada da discriminação sectária. O assassinato deliberado de Ahmed Ashour por um veículo militar em 14 de fevereiro exemplifica ainda mais o alvo letal de indivíduos xiitas.

Países em ordem alfabética:

Paquistão

- 02/05: Mortos e feridos em um atentado em Dera Ismail: Um grupo terrorista atacou uma delegacia de polícia na cidade de maioria xiita de Dera Ismail, na província de Khyber, matando dez pessoas e ferindo outras seis, incluindo crianças.
- 02/07: Dezenas de mortos e feridos em atentados ao centro eleitoral em Quetta: Dois ataques terroristas do EI a centros eleitorais em Quetta mataram mais de trinta pessoas e feriram dezenas de outras.
- 20/2: Forças de segurança cercam cidade xiita: As forças de segurança cercaram a cidade xiita de Parachinar, prendendo dezenas de moradores que se opunham à demolição de casas e ao desmatamento ao redor da cidade por motivos sectários.

Bahrein

5/2: Prisão de menores de Sitra: As forças de segurança prenderam os menores Mahmoud Abdul Ali e Sadiq Habib de Sitra.
- 6/2: Prisão de menores de Al-Eker: As forças de segurança prenderam os menores Abdullah Ali e Mohammed Jalal de Al-Eker.
- 6/2: Prisão de um menor de Al-Ma'amir: Forças de segurança prenderam o menor Mahmoud Aman de Al-Ma'amir.
- 13/2: Prisão de quatro jovens de Karrana: As forças de segurança prenderam quatro jovens de Karrana durante uma invasão.
- 14/2: Autoridades reprimem marcha pacífica: as forças de segurança reprimiram uma marcha pacífica em Al-Daih, seguida de prisões e perseguição aos participantes.
- 15/2: Prisão de menores de Sanabis: Forças de segurança prenderam menores Sayed Ahmed Al-Falah e Reda Khaled de Sanabis.
- 15/2: Prisão de dois jovens de Al-Daih: As forças de segurança prenderam Abbas Fadel e Haider Radhi de Al-Daih.
- 15/2: Prisão de um jovem de Sanabis: As forças de segurança prenderam Jaafar Al-Halwaji de Sanabis.
- 15/2: Prisão de dois jovens de Al-Daih: As forças de segurança prenderam Muntadhar Mohammed Al-Khair e Ali Mohammed Al-Khair de Al-Daih.
- 16/2: Prisão de um menor de Karrana: Forças de segurança prenderam menor Yasser Ammar Ibrahim de Karrana.
- 16/2: Prisão de um jovem de Al-Kharijiyah: As forças de segurança prenderam Ammar Saleh Al-Momen de Al-Kharijiyah.
- 17/2: Prisão de dois jovens de Al-Maqsha: As forças de segurança prenderam Sadiq Al-Masjan e Hussain Al-Muwali depois de invadir sua casa em Al-Maqsha.
- 20/2: Prisão de um menor de Sitra: Forças de segurança prenderam o menor Mohammed Jaafar Al-Kuwaiti de Sitra.
- 22/2: Invasão e prisão de um menor em Ras Al-Rumman: As forças de segurança invadiram Ras Al-Rumman, prendendo o menor Hashim Sayed Naama Al-Wadaei depois de invadir sua casa.
- 23/2: Invasão e prisão de um menor em A'ali: Uma força de segurança invadiu a casa do menor Mohammed Hussain em A'ali e o prendeu.

Arábia Saudita

- 1/2: Execução de um detento de Al-Awamiyah: As forças de segurança executaram Hajj Aoun Abu Abdullah de Al-Awamiyah na província de Qatif, depois de mantê-lo na prisão por mais de quatro anos.
- 02/07: Prisão de dez jovens de Qatif: As forças de segurança prenderam dez jovens da província de Qatif por entoarem aplausos durante uma partida de futebol que coincidia com feriados religiosos xiitas. Observadores relataram que mais de 200 cidadãos foram convocados para interrogatórios arbitrários.
- 8/2: Sentenças de execução para dois jovens de Qatif: O chamado Tribunal Criminal Especializado condenou Hassan Salman Al-Qabbat e Mohammed Maki Shamlani de Qatif à morte.
- 10/2: Punições sectárias pelo Ministério dos Esportes: O Ministério dos Esportes da Arábia Saudita dissolveu a diretoria do Clube Safwa, na Província Oriental, impôs uma multa de 200.000 riais ao clube e proibiu os torcedores de assistir a cinco partidas devido a cânticos religiosos dos torcedores.
- 14/2: Morte deliberada de um jovem de Qatif por veículo: Um veículo militar atropelou deliberadamente Ahmed Ashour de Qatif enquanto ele pilotava uma motocicleta. Fontes de direitos humanos revelaram que as autoridades estão pressionando sua família a abrir mão de seu direito de processar os perpetradores.

Violações dos direitos xiitas (Março de 2024)

O recente relatório mensal da Shia Rights Watch oferece um vislumbre perturbador das violações de direitos humanos em curso contra muçulmanos xiitas em vários países. O período de 1º de março a 1º de abril de 2024 testemunhou uma série de abusos, incluindo assassinatos seletivos, atentados, prisões injustas e negação de atendimento médico. Essa análise ressalta a gravidade e o escopo dessas violações, destacando a necessidade urgente de atenção e intervenção internacional.

Paquistão: escalada da violência

O Paquistão continua a ser um foco de violência sectária contra os muçulmanos xiitas. O assassinato de Haji Ramzan Ali, vice-presidente da Conferência xiita do Baluchistão, em 6 de março em Quetta, é um lembrete arrepiante das constantes ameaças enfrentadas pelos líderes xiitas. Os agressores também feriram seu irmão, ressaltando a brutalidade do ataque. Além disso, a bomba de 19 de março na estrada em Quetta, que feriu três transeuntes, exemplifica ainda mais a violência direcionada às comunidades xiitas. Esses incidentes refletem um padrão mais amplo de discriminação sistêmica e violência, exigindo respostas governamentais e internacionais robustas para proteger as populações vulneráveis.

Bahrein: repressão e injustiça

No Bahrein, a comunidade xiita enfrenta repressão sistemática e injustiças judiciais. Em 1º de março, o detento Khalil Mohammed foi condenado a um ano de prisão por participar de protestos contra a discriminação sectária. Este caso é emblemático da repressão mais ampla contra ativistas xiitas e dissidentes. No mesmo dia, as forças de segurança invadiram a casa de Abdul Zahra Sami Mashimi, um detento anteriormente torturado com deficiência mental, e o prenderam novamente. O relatório também detalha a prisão de seis ativistas por participarem de um protesto em 12 de março e a prisão de vários jovens das cidades de Al-Eker e Saar em meados de março. A morte do detento Hussain Khalil Al-Ramram em 24 de março, devido à negação de tratamento médico, destaca a grave negligência e abuso enfrentados pelos prisioneiros xiitas na famosa prisão de Jaw, no Bahrein.

Arábia Saudita: silenciando vozes

Na Arábia Saudita, a repressão às vozes xiitas é evidente. Em 14 de março, as autoridades prenderam o poeta cego Samir Ali Al-Muslim de Qatif, após sua oração pela libertação dos detidos. Este ato de repressão demonstra o quanto o governo saudita irá para silenciar ativistas e intelectuais xiitas. A operação de 21 de março e a prisão do cidadão Saeed Al-Muhsin em Qatif ressaltam ainda mais a repressão em curso. Além disso, a prisão e multa de torcedores do Safwa Sports Club em 22 de março por entoar slogans populares durante uma partida de futebol ilustram a natureza generalizada da discriminação sectária na Arábia Saudita.

Iraque: terrorismo e insegurança

O Iraque continua a ser profundamente afectado pelo terrorismo, particularmente por parte dos remanescentes do Estado Islâmico. A bomba de 1º de março na estrada em Tarmiyah, ao norte de Bagdá, que matou uma pessoa e feriu quatro, destaca a ameaça persistente de ataques terroristas. Mais ao norte, em Kirkuk, uma explosão de mina terrestre em 8 de março matou uma pessoa e feriu seu filho, enquanto o assassinato do filho do chefe de polícia em 12 de março ressalta o alvo letal de indivíduos associados às forças de segurança. Além disso, a explosão de minas terrestres em 27 de março no vale fronteiriço de Tursak, que feriu gravemente duas crianças, e os subsequentes ataques terroristas em 29 e 30 de março no distrito de Daquq e Wadi Al-Shay, resultando em mortes, ilustram os perigos contínuos enfrentados pelos civis no Iraque.

Países em ordem alfabética:

Paquistão

- 03/03: Assassinato de um representante político e ferimentos em seu irmão: Homens armados afiliados a uma organização terrorista ativa no Paquistão assassinaram o vice-presidente da Conferência xiita do Baluchistão, Haji Ramzan Ali, atirando nele em frente à sua casa em Quetta, enquanto seu irmão estava ferido.
- 19/3: Ferimentos de uma explosão de bomba em Quetta: Um artefato explosivo plantado por terroristas na beira da estrada feriu três transeuntes.

Bahrein

- 1/3: Um ano de prisão para um detento que exige o fim da discriminação sectária: Um tribunal do Bahrein condenou o detento Khalil Mohammed da cidade de A'ali a um ano de prisão por participar de protestos exigindo o fim da discriminação sectária praticada pelas autoridades.
- 1/3: Invasão e prisão de um detento anteriormente abusado: Uma força de segurança invadiu a casa do detento Abdul Zahra Sami Mashimi, que sofre de uma deficiência mental devido à tortura, e o prendeu.
- 12/3: Prisão de seis ativistas por participarem de um protesto: Um tribunal do Bahrein condenou os detidos Hussain Al-Jazairy, Hussain Abdul Ali Marhoon, Mohammed Hani Mohammed Nasib, Murtadha Al-Samaheji, Mousa Jafar Ashour Al-Shughung e Yousif Ahmed a três meses de prisão cada um por participar de uma marcha de protesto.
- 17/3: Invasão e prisão de três jovens: forças de segurança invadiram casas na cidade de Al-Eker e prenderam Abdullah Abdul Zahra, Hussain Salah e Mahdi Abdul Latif.
- 19/3: Prisão de dois jovens da cidade de Saar: forças de segurança invadiram casas na cidade de Saar e prenderam dois jovens.
- 24/3: Morte de um detento devido à negação de tratamento médico: A notória negação de tratamento médico da administração da prisão de Jaw resultou na morte do detento Hussain Khalil Al-Ramram devido a complicações médicas.

Arábia Saudita

- 14/3: Prisão de um poeta cego devido a uma oração: as autoridades sauditas prenderam o poeta cego Samir Ali Al-Muslim de Qatif. Relatos indicam que a prisão ocorreu depois que as forças militares invadiram sua casa na cidade de Safwa após sua oração pela libertação dos detidos.
- 21/3: Invasão e prisão de um cidadão de Qatif: Forças militares invadiram uma área na cidade de Qatif e prenderam o cidadão Saeed Al-Muhsin.
- 22/3: Prisão e multas para torcedores de clubes esportivos: Um tribunal saudita condenou vários torcedores do Safwa Sports Club à prisão e multas por entoar slogans populares durante uma partida de futebol.

Iraque

- 1/3: Mortos e feridos de uma bomba na beira da estrada ao norte de Bagdá: Um artefato explosivo plantado por terroristas na beira da estrada na área de Tarmiyah, ao norte de Bagdá, matou uma pessoa e feriu outras quatro.
- 03/08: Morte e ferimentos de uma explosão de mina terrestre em Kirkuk: Uma antiga explosão de mina terrestre na área de Jabal Bur matou uma pessoa e feriu seu filho.
- 12/3: Assassinato do filho do chefe de polícia de Suleiman Bek: Terroristas assassinaram o filho do chefe de polícia de Suleiman Bek em Kirkuk, atirando nele na frente de sua casa, resultando em sua morte imediata.
- 13/3: Morte em um ataque armado a leste de Baquba: Terroristas assassinaram um cidadão em frente à sua casa a leste de Baquba, atirando nele, resultando em sua morte imediata.
- 23/3: Ferimentos em dois pastores de uma explosão de mina terrestre: Uma antiga mina deixada por terroristas do EI explodiu perto da cidade de Bashir, ferindo dois pastores.
- 27/3: Ferimentos em duas crianças de uma explosão de mina terrestre: Uma antiga mina terrestre de guerra deixada por terroristas do EI explodiu no vale fronteiriço de Tursak, ferindo gravemente duas crianças.
- 29/3: Morte em um ataque armado no distrito de Daquq: Um ataque de terroristas do EI nos arredores do distrito de Daquq, em Kirkuk, matou uma pessoa após ser baleada.
- 30/3: Morte em um ataque do EI em Wadi Al-Shay: Um ataque de terroristas do EI em Wadi Al-Shay em Kirkuk matou uma pessoa após ser baleada.

Violações dos direitos xiitas (Abril de 2024)

A organização xiita Rights Watch acaba de lançar um relatório bombástico detalhando a terrível situação dos muçulmanos xiitas em vários países. Cobrindo um período de um mês, de 1º de abril a 1º de maio de 2024, o relatório pinta um quadro sombrio de violência, discriminação e opressão implacáveis. Aqui está um olhar mais atento sobre os incidentes comoventes que abalaram as comunidades xiitas no Afeganistão, Paquistão, Bahrein, Síria e Arábia Saudita.

Afeganistão: um playground terrorista

O Afeganistão continua a ser um campo de batalha perigoso para os muçulmanos xiitas. A decisão do Talibã de aumentar as taxas de peregrinação exclusivamente para xiitas é um exemplo gritante de discriminação sistêmica. Essa política não é apenas sobre dinheiro; é sobre marginalização. Para aumentar a miséria, terroristas do EI executaram um devastador atentado a ônibus no bairro de Kote Sangi, de maioria xiita, em Cabul, matando um e ferindo três. Mas o derramamento de sangue não parou por aí. O ataque à mesquita Imam Zaman, em Herat, que deixou seis mortos e dez feridos, destaca a mistura letal de ódio e violência que os xiitas enfrentam diariamente.

Paquistão: Violência sectária desencadeada

No Paquistão, os xiitas não são estranhos ao derramamento de sangue. Em 1º de abril, uma bomba à beira da estrada em Quetta matou uma pessoa e feriu três, marcando mais um dia sombrio na história de violência sectária da cidade. Os assassinatos em Parachinar, distrito de Kurram, onde terroristas emboscaram e mataram dois indivíduos xiitas, ressaltam os perigos diários enfrentados pela comunidade. O atentado à mesquita de Quetta em 9 de abril, que resultou em várias vítimas, e o ataque de 11 de abril a um ônibus de peregrinos no Baluchistão, matando dois e ferindo seis, destacam ainda mais o ataque implacável aos xiitas. O horrível sequestro de ônibus e a execução de 11 passageiros xiitas em Quetta em 13 de abril são um lembrete brutal da violência extrema destinada a aterrorizar a comunidade.

Bahrein: sofrimento silencioso

A população xiita do Bahrein continua sofrendo em silêncio. A morte lenta do preso político Hassan Mushaima, devido à tortura e à negação de tratamento médico, revela a repressão brutal da dissidência xiita. Enquanto isso, a morte do opositor político Imran Ahmed Sharaf, que não pôde receber atendimento médico devido à perseguição implacável, destaca as consequências mortais da repressão do governo do Bahrein contra ativistas xiitas. Essas histórias de sofrimento são um lembrete gritante do abuso sistêmico enfrentado pelos muçulmanos xiitas no Bahrein.

Síria: clérigos na mira

Os clérigos xiitas da Síria estão cada vez mais sob fogo. O rapto, tortura e execução do xeque Abdullah Ahmed Al-Ali por extremistas em Daraa são um testemunho arrepiante das ameaças mortais enfrentadas pelos líderes religiosos xiitas. Em 28 de abril, o ataque a um ônibus que transportava peregrinos xiitas iraquianos perto da fronteira entre o Iraque e a Síria, que resultou em uma morte e vários feridos, ressalta as condições perigosas para os peregrinos xiitas em zonas de conflito. Esses incidentes ilustram a extrema necessidade de melhor proteção e segurança para as comunidades xiitas.

Arábia Saudita: Justiça negada

As táticas opressoras da Arábia Saudita contra ativistas e intelectuais xiitas estão a todo vapor. A sentença de 28 anos de prisão dada ao poeta Fadhel Al-Magsi, juntamente com a detenção prolongada de seu irmão, destaca as duras medidas do reino para silenciar as vozes xiitas. A chocante revelação de sentenças de morte contra nove menores detidos por motivos sectários é uma grave violação dos direitos humanos, lançando luz sobre a realidade brutal para os jovens xiitas na Arábia Saudita.

Países em ordem alfabética:

Afeganistão

- 04/01: Talibã obstrui peregrinação para xiitas: As autoridades talibãs impuseram taxas de peregrinação aumentadas exclusivamente a cidadãos xiitas, em uma medida claramente discriminatória impulsionada por motivos sectários.
- 20/4: Mortos e feridos em atentado a ônibus: Um artefato explosivo plantado por terroristas do EI dentro de um ônibus de passageiros no bairro xiita de Kote Sangi, em Cabul, resultou em uma morte e três feridos.
- 29/4: Mortos e feridos em ataque a mesquita: terroristas do EI lançaram um ataque com armas e explosivos contra a mesquita Imam Zaman, em Herat, matando seis pessoas, incluindo o clérigo xiita Hujjat al-Islam Javed Mullah, e ferindo dez fiéis.

Paquistão

- 1/4: Mortos e feridos no atentado de Quetta: Uma bomba à beira da estrada plantada por terroristas a leste de Quetta matou uma pessoa e feriu outras três.
- 04/03: Dois assassinados em Kurram: Um grupo terrorista armado assassinou dois indivíduos xiitas e feriu outros dois por meio de emboscada e tiros enquanto viajavam em uma estrada em Parachinar, distrito de Kurram.
- 04/09: Mortos e feridos em atentado a mesquita: Um artefato explosivo plantado por terroristas dentro de uma mesquita em Quetta matou e feriu treze fiéis.
- 11/4: Mortos e feridos em ataque a ônibus de peregrinos: Dois peregrinos morreram e seis ficaram feridos quando terroristas abriram fogo contra seu ônibus no oeste do Baluchistão.
- 13/4: Sequestro de ônibus e execução de passageiros em Quetta: Um grupo terrorista interceptou dois ônibus de passageiros xiitas consecutivos, sequestrou-os e executou onze dos passageiros, ferindo outros seis, cujos corpos foram encontrados perto de um rio.

Bahrein

- 04/06: Figura da oposição sujeita a morte lenta: Ali Mushaima, filho do opositor político xiita Hassan Mushaima, anunciou que seu pai estava sendo submetido a uma morte lenta por tortura e negação de tratamento médico pelas infames autoridades da prisão de Jaw.
- 19/4: Morte de um opositor político perseguido: as forças de oposição do Bahrein anunciaram a morte do opositor político Imran Ahmed Sharaf da cidade de Al-Eker devido à sua incapacidade de receber tratamento para uma doença grave, já que ele estava sendo perseguido e impossibilitado de viajar para o exterior para tratamento.

Síria

- 23/4: Sequestro, tortura e execução de clérigo xiita: Um grupo extremista em Daraa sequestrou o clérigo xiita Sheikh Abdullah Ahmed Al-Ali, um estudioso religioso em Sayyida Zainab, torturou-o, executou-o e mutilou seu corpo.
- 28/4: Pessoa morta em ataque a ônibus: Um grupo terrorista abriu fogo contra um ônibus que transportava peregrinos xiitas iraquianos perto da fronteira entre o Iraque e a Síria, matando uma pessoa e ferindo outras.

Arábia Saudita

- 20/4: Prisão do poeta detido: Um tribunal saudita condenou o poeta Husseini Fadhel Al-Magsi, detido por cinco anos, a 28 anos de prisão. Ele é irmão do opositor detido Ahmed Al-Magsi, da cidade de Tarout.
- 25/4: Menores enfrentando execução: Fontes de direitos humanos revelaram que os tribunais sauditas começaram a emitir sentenças de morte contra nove menores detidos por motivos sectários, incluindo Jallal Labad e Abdullah Al-Darazi.

SRW e o anti-xiismo

O relatório xiita da Rights Watch é um alerta para a comunidade internacional. Os incidentes documentados revelam um padrão horrível de violência, discriminação e repressão sistêmica contra muçulmanos xiitas. De políticas discriminatórias e assassinatos direcionados a ataques terroristas e injustiças judiciais, os xiitas estão sitiados. É hora de uma ação global para proteger e defender os direitos dos muçulmanos xiitas, garantindo justiça e igualdade para todos.

SRW insiste que o termo "anti-xiismo" deve ser usado em relação a crimes contra xiitas. O mundo está testemunhando esses atos hediondos que são realizados em uma abordagem preconceituosa e sistemática em relação aos xiitas em todo o mundo. O termo "anti-xiismo" e suas derivações oferecem uma representação realista dos eventos e seu impacto, e reconhecem a perseguição que visa os xiitas como um grupo, apenas com base em suas crenças. Esses crimes são atos graves e injustos que ameaçam a vida e a subsistência dos xiitas. Estas ameaças devem ser reconhecidas e devem ser interrompidas imediatamente.